07/05/2024

Agro é o setor mais afetado no RS e faz lista de apelos a Lula

Agro é o setor mais afetado no RS e faz lista de apelos a Lula

Área afetada por enchentes em Canoas, no Rio Grande do Sul. Foto Renan Mattos Reuters

 

Por Roseann Kennedy

Frente Parlamentar da Agropecuária quer prorrogação automática de todos os financiamentos do crédito rural, prazo de 10 anos para dívidas de custeio investimento e renegociações anteriores.

 

 

Os cálculos do impacto da tragédia no Rio Grande do Sul são preliminares, mas já apontam o agro como o setor mais afetado. Diante da constatação, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) quer mudanças no seguro rural e condições especiais para pagamento de dívidas no estado.

 

O grupo prepara uma lista de pedidos que será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. A Coluna do Estadão teve acesso às principais propostas que tratam de socorro financeiro. O documento será finalizado numa reunião, em Brasília, nesta terça-feira, 07.

A FPA quer a prorrogação automática e imediata, por 12 meses, de todos os financiamentos do crédito rural. A ação dependeria de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CNM). Outro apelo é pela edição de uma medida provisória para garantir prazo de 10 anos, incluindo três de carência, para pagamento de dívidas de custeio, investimentos e de renegociação.

Os parlamentares alegam que o período é necessário para a recuperação completa da estrutura agropecuária dizimada pelas chuvas. A FPA também pede a liberação de recursos emergenciais para produtores e mudanças no seguro rural para casos de eventos climáticos.

O relacionamento do setor com o atual governo é tenso. A FPA aposta em contatos com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), e com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, para fazer a ponte com Lula. As tratativas podem melhorar o diálogo ou quebrar de vez qualquer possibilidade de aproximação com a atual gestão.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nesta segunda-feira, 6, um balanço prévio do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, com base em dados enviados por apenas 25 municípios. Ou seja, menos de 10% dos que estão em calamidade pública. Como antecipou o Broadcast Agro, a agropecuária é o setor econômico com mais prejuízos levantados, somando R$ 506,8 milhões, sendo R$ 423,8 milhões estão relacionados à agricultura e R$ 83 milhões à pecuária (Estadão, 7/5/24)