23/11/2017

Bayer estuda vender mais ativos por acordo com Monsanto

Bayer estuda vender mais ativos por acordo com Monsanto

A Bayer, que já está vendendo um negócio de sementes e produtos agroquímicos à BASF por US$ 7 bilhões, agora prepara um pacote de linhas de produtos de sementes de hortaliças adicionais que a empresa está pronta para negociar para facilitar a aprovação de órgãos antimonopolistas à aquisição da Monsanto, segundo pessoas a par da situação.

A empresa farmacêutica alemã está avaliando quanto de sua unidade Nunhems precisa separar para acelerar a investigação antitruste já prolongada ao acordo de US$ 66 bilhões com a Monsanto, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque os detalhes do processo de venda são privados. Não foi tomada nenhuma decisão final sobre venda, disseram as pessoas.

As possíveis vendas de ativos destacam a determinação do CEO da Bayer, Werner Baumann, para superar os últimos obstáculos à transação. O acordo com a BASF foi visto como um grande passo rumo à aprovação na fase 2 da investigação de fusão pela Comissão Europeia, deixando possíveis sobreposições no ramo de sementes de hortaliças como o último desafio.

Os ativos adicionais da Bayer atraíram uma série de possíveis compradores, desde a Syngenta, de propriedade chinesa, até empresas de sementes menores, disseram as pessoas. Firmas de private equity são pretendentes improváveis porque os órgãos reguladores estão interessados em criar concorrentes fortes em um setor cada vez mais dominado por grandes multinacionais, como a DowDuPont.

Representantes da Bayer e da Syngenta preferiram não comentar.

Na venda à BASF, Baumann decidiu abandonar uma grande fatia da divisão de sementes e agroquímicos da Bayer em vez de fazer uma série de pequenas concessões para aplacar preocupações específicas com participação de mercado ou domínio de um país com base em avaliações antimonopolistas.

Os analistas estimam que a divisão de sementes restante da Bayer — que segundo a empresa com sede em Leverkusen é composta, em grande parte, pela Nunhems — gera cerca de 500 milhões de euros (US$ 586 milhões) em vendas anuais. O negócio de sementes de hortaliças Nunhems inclui variedades de culturas básicas, como o tomate, e também culturas especiais.

A transação com a BASF envolveu as chamadas plantações em linha, produtos de alto volume, como algodão e soja geneticamente modificados, e a marca de herbicidas Liberty, que acompanha as sementes. Até o momento, a BASF se especializou em fungicidas e agroquímicos para plantações em linha, o que a transforma em uma compradora improvável do negócio de sementes de hortaliças não geneticamente modificadas, disseram as pessoas.

Os órgãos reguladores suspenderam duas vezes a revisão da fusão. A última suspensão para solicitação de mais informações foi cancelada em 3 de novembro, o que adiou a nova data final para decisão para 5 de março (Bloomberg, 22/11/17)