16/04/2024

FPA: Crítica ao governo Lula sobre invasões do MST: ‘Estão no Planalto’

FPA: Crítica ao governo Lula sobre invasões do MST: ‘Estão no Planalto’

LUPION- Foto  FPA Divulgação   -  

Pedro Lupion-Foto Wilton Junior Estadão 

Pedro Lupion aponta a presença do MST no governo e ressalta que é preciso que a gestão Lula controle seus aliados. Foto Wilton Junior/Estadão 

 

Pedro Lupion questionou se é assim que o grupo quer “paz no campo” e pediu que a gestão federal controle seus aliados.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), criticou a posição do governo federal quanto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as invasões promovidas pelo movimento nesta segunda-feira, 15.

“Cada um controla os seus aliados. Com essas invasões do MST, que tem cargos e está nos ministérios e no Planalto, é assim que o governo federal diz querer paz no campo?”, questionou Lupion, em publicação no Twitter.

Líder da bancada ruralista, Lupion criticou também o anúncio do Programa Terra para Gente para acelerar o assentamento de famílias no País e destinar terras para a reforma agrária.

“E pasmem: após invadirem criminosamente 24 áreas, os invasores do MST ganharam do governo uma ‘prateleira de terras’, programa de ‘reforma agrária’ do Planalto. É a prova cabal de que, no Brasil do PT, o errado é o certo, e o crime, se cometido pelos aliados, compensa”, criticou Lupion.

 

Há pouco, o MST informou que invadiu 24 áreas nesta segunda-feira em 10 Estados e no Distrito Federal. As invasões são registradas em Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Rio de Janeiro, além do Distrito Federal. Os atos, de acordo com o movimento, fazem parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre neste mês, conhecido como Abril Vermelho, em repúdio ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando 21 trabalhadores rurais ligados ao MST foram assassinados pela Polícia Militar.

O MST reivindica as áreas invadidas, as quais considera improdutivas, para assentamento e reforma agrária. Além das invasões de terras, o movimento informou que há outras cinco ações em andamento, alcançando o total de 14 Estados e com 20 mil famílias mobilizadas nos atos (Estadão, 16/4/24)


Embrapa diz que áreas invadidas pelo MST em PE são destinadas a pesquisa e preservação da Caatinga

Área da Embrapa já havia sido invadida pelo MST no ano passado. Foto Reprodução MST-PE

 

Movimento voltou a invadir áreas da empresa durante a ‘Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária’, o denominado ‘Abril Vermelho’

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) informou, em nota, que as suas áreas invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Petrolina (PE), no âmbito da unidade Embrapa Semiárido, são destinadas a pesquisa e à preservação do bioma Caatinga. “A Embrapa reafirma seu compromisso histórico com a agricultura familiar e com a produção sustentável de alimentos, está aberta ao diálogo e adotando as medidas cabíveis para solucionar a situação”, afirmou a empresa pública em nota. Ontem, o MST voltou a invadir áreas da empresa durante a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, o denominado ‘Abril Vermelho’.

A Embrapa esclareceu que uma das áreas já havia sido invadida pelo MST em 2023, na qual há terras agricultáveis e de preservação do Bioma Caatinga. “Nessa área, o uso contempla trabalhos de conservação e multiplicação de sementes e mudas de cultivares lançadas pela Embrapa; produção de plantas forrageiras para alimentação dos rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos que são utilizados nas pesquisas para a pecuária do Semiárido; áreas de reserva para alimentação dos animais na forma de silos; experimentos com frutas, em particular o umbuzeiro, e outras sob irrigação; estudos relativos à diversidade das espécies da Caatinga, subsidiando estratégias de conservação e manejo”, detalhou a estatal. Há também o espaço destinado para a realização do Semiárido Show, evento voltado à agricultura familiar.

A segunda área, conforme a Embrapa, é utilizada pela Embrapa Semiárido há mais de 40 anos em regime de comodato, sendo de posse da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Segundo a empresa, o espaço que foi invadido pelos integrantes do MST “corresponde à parte do Campo Experimental de Caatinga destinada ao manejo dos rebanhos, particularmente ao pastejo em área de vegetação natural, associado ao regime de criação extensiva”, esclareceu.

Por fim, a Embrapa defendeu que o uso das áreas e a realização de experimentos em terras destinadas à pesquisa é fundamental para a geração de tecnologias voltadas à agropecuária (Estadão, 16/4/24)

 


Ministro fala em ‘celebrar momento de grandes mobilizações’ ao ser questionado sobre invasões do MST

Ministro Paulo Teixeira e Lula - Foto Wilton Junior  Estadao

 

Ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, falou em 'celebrar' mobilizações em mês de invasões de terra. 

 

Paulo Teixeira afirma que trabalha em um ‘processo é para mostrar para a sociedade brasileira que queremos assentar famílias’.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o Brasil passa por um momento de “grandes mobilizações” ao ser questionado sobre as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele deu a declaração nesta segunda-feira, 15, no Palácio do Planalto, depois de lançamento de medidas do governo voltadas à reforma agrária.

Teixeira foi perguntado se o lançamento das ações em abril, mês com pico de invasões de terra, foi uma forma de tentar baixar a temperatura com o movimento. Há invasões do MST em 24 áreas em 11 Estados.

“Temos que celebrar esse momento que é um momento que temos no Brasil de grandes mobilizações e entregar esse processo todo. Esse processo é para mostrar para a sociedade brasileira que queremos assentar famílias”, declarou o ministro.

“O mês de abril coincide com dois aspectos, com o término do trabalho [da elaboração das medidas] e sua revisão e a celebração de um mês para a reforma agrária”, disse Paulo Teixeira (Estadão, 16/4/24)