16/04/2024

Importação de aço cresce 46% em março enquanto exportação cai 23%

Importação de aço cresce 46% em março enquanto exportação cai 23%

Produção de aço-Foto Sérgio Roberto Oliveira  Estadão

Produção de aço também cresceu em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Produção nacional avançou, mas consumo interno diminuiu; produtores reclamam de invasão chinesa.

A importação de aço em março somou 486 mil toneladas, uma alta de 46% ante igual período do ano passado, segundo o Instituto Aço BrasilEm valores, as importações do terceiro mês do ano totalizaram US$ 452 milhões, número 5,5% menor ante igual período de 2023.

A produção nacional de aço bruto, por sua vez, somou 2,8 milhões de toneladas em março, o que representa um aumento de 5,6% frente ao apurado no mesmo intervalo do ano passado. Em igual período de comparação, as vendas internas retraíram 6,3%, para 1,7 milhão de toneladas.

A produção de laminados em março foi de 1,9 milhão de toneladas, valor 3,6% superior ao mesmo período de 2023. No mesmo intervalo, a produção de semiacabados somou 777 mil toneladas, crescimento de 38,1%.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 2,1 milhões de toneladas em março, valor 1,6% menor na comparação anual.

Desde o começo do ano Instituto Aço Brasil tenta convencer o governo a implementar uma sobretaxa aos importados. A entidade prevê que o aço estrangeiro somará um quarto do total consumido no País em 2024, valor superior ao registrado em 2023, que foi de cerca de 20%.

As siderúrgicas vêm ameaçando suspender investimentos ou promover demissões devido ao que chamam de “invasão” do aço importado, sobretudo da China.

Aperam, principal fabricante de aço inoxidável da América Latina, decidiu manter suspenso um investimento superior a R$ 600 milhões em sua fábrica em Timóteo (MG), na região do Vale do Aço. Esse aporte integra um pacote aprovado em 2022 para melhorias tecnológicas e enobrecimento do mix de produtos da empresa. Apenas parte foi realizada. O motivo: as importações de aço chinês.

 

Enquanto isso, as exportações brasileiras estão na direção oposta. No período, as vendas externas somaram 942 mil toneladas, o que representa uma queda de 23,2% ante o mesmo mês de 2023. Considerando igual intervalo, os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 774 milhões, valor 25,6% menor para o setor.

Acumulado de 2024

As importações no primeiro trimestre de 2024 somaram 1,3 milhão de toneladas, aumento de 25,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Os valores de importação foram de US$ 1,3 bilhão, avanço de 0,6% na comparação com o acumulado dos três primeiros meses de 2023.

O Brasil produziu 8,3 milhões de toneladas de aço nos três primeiros meses de 2024, aumento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2023. Já a produção de laminados somou 5,7 milhões de toneladas, avanço de 5,1% em igual período de comparação. O total de semiacabados foi de 2,3 milhões de toneladas, aumento anual de 2,3%.

As vendas internas no primeiro trimestre de 2024 somaram 4,9 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 0,3% quando comparadas com igual intervalo do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 6 milhões de toneladas, avanço de 3,3%.

As exportações nos três primeiros meses de 2024 atingiram 2,6 milhões de toneladas, redução de 17,9% na comparação com igual período de 2023. Os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 2 bilhões, queda de 22,8% no período (Estadão, 16/4/24)