11/03/2021

Pesquisa mostra sustentabilidade do cultivo de cana para bioenergia

Pesquisa mostra sustentabilidade do cultivo de cana para bioenergia

Estudo conduzido na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) discute formas sustentáveis de cultivar cana-de-açúcar para a produção de bioenergia.

A pesquisa foi coordenada pelo professor Maurício Roberto Cherubin, da Esalq-USP, e tem apoio da FAPESP no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN). Os resultados foram publicados em artigo na revista científica Land, com o título “Land Use and Management Effects on Sustainable Sugarcane-Derived Bioenergy”.

Segundo os autores, a bioenergia derivada da cana-de-açúcar é uma opção sustentável para enfrentar as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, fornece outros serviços ecossistêmicos essenciais e promove o desenvolvimento socioeconômico.

“Neste trabalho, demonstramos as estratégias de mudança de uso da terra mais sustentáveis para a expansão da cultura, as práticas de manejo conservacionistas, com colheita sem queima, preparo reduzido do solo, manejo racional da palha, boas práticas de adubação e reciclagem de resíduos orgânicos, que têm sido utilizados pela maioria dos produtores brasileiros. Além disso, enfatizamos a importância de políticas públicas que fomentem a produção de bioenergia no país, como o RenovaBio”, aponta Cherubin, em entrevista para a Divisão de Comunicação da Esalq.

A pesquisa mostra a performance da cana-de-açúcar por meio de vários indicadores de sustentabilidade. A coautora do estudo, a professora Glaucia Mendes Souza, do Instituto de Química da USP, relata que houve uma evolução da produção de bioenergia derivada de cana-de-açúcar sem que existisse um aumento significativo da área de pastagem nos países da América Latina e Caribe e da África Subsaariana nos últimos anos.

“Isso é reflexo não somente do aumento da produtividade no campo, mas também do aumento de eficiência na produção de bioenergia na indústria”, pontua a professora (Agência Fapesp, 11/3/21)