22/02/2018

Região Norte tem ritmo de crescimento agrícola maior do que Sul

Investimento em estrutura faz produtor elevar área, e receitas são maiores.

As receitas do setor agropecuário crescem em ritmo maior na região Norte do que em algumas das tradicionais áreas produtivas do país.

O volume financeiro ainda é pequeno em relação ao do Sul e do Sudeste, mas a abertura de novas fronteiras agrícolas começa a dar fôlego aos produtores na região.

O avanço no Norte é maior nas culturas de grande escala, como soja, milho e algodão. Ganham espaço também café, cana e cacau.

Por outro lado, perdem área semeada e receitas os produtos básicos, como arroz e feijão.

No ano passado, as receitas dos produtores da região Norte com soja somaram R$ 5,3 bilhões, 251% mais do que em 2010.

Tocantins é o grande propulsor desse avanço, uma vez que as receitas no Estado somaram R$ 2,53 bilhões.

Acompanhamento mensal da SPA (Secretaria de Política Agrícola) indica que o volume financeiro das lavouras atingiu um valor bruto de produção de R$ 16,6 bilhões no ano passado na região Norte.

Em relação a 2010, o crescimento é de 39%, superando as taxas de evolução das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. O Centro-Oeste obteve aumento de 79% no período.

Para José Gasques, coordenador-geral de estudos e análises da SPA, "os dados atuais do Norte surpreendem, mas as previsões de longo prazo apontam evolução ainda maior".

Nos últimos anos, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) vem apontando um aumento constante de área plantada, que tende a ser ainda mais acentuada a longo prazo. Para Gasques, a tendência se explica pela concretização dos investimentos em infraestrutura na região.

Um dos sinais da aposta dos produtores no Norte é o aumento real dos preços da terra. Segundo Gasques, os produtores estão olhando para a facilidade das novas saídas agrícolas da região.

O coordenador da SPA destaca ainda a constante evolução da pecuária, cujas receitas somaram R$ 16 bilhões no ano passado, 37% mais do que em 2010. O Pará, com uma receita de R$ 7 bilhões, lidera o setor  na região (Folha de S.Paulo, 22/2/18)