06/05/2024

TV BrasilAgro:Paulo Junqueira lista irregularidades no sistema Faesp/Senar

TV BrasilAgro:Paulo Junqueira lista irregularidades no sistema Faesp/Senar

Legenda: Bolsonaro, acompanhado dos governadores Tarcísio de Feitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás) visitou a Agrishow na última 2ª feira (29) onde foi calorosamente recebido pelos visitantes e expositores. Foto André Pera/Pera Photo Press Estadão Conteúdo

 

Em entrevista concedida no último sábado (4) ao TV BrasilAgro, Paulo Junqueira, que comanda a chapa de oposição e que tenta derrubar o “clã Meirelles” que há meio século comanda a Faesp/Senar – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, lista irregularidade e arbitrariedades cometidas pelo nonagenário comendador Fábio e seu filho Tirso Meirelles.

 

Ele também discorre sobre o “maior evento público promovido em Ribeirão Preto”, que organizou no último domingo (28) e que contou com as presenças do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás) além de senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores, além de produtores rurais e apoiadores.

 

O governador paulista abdicou do convite para participar da cerimônia fechada ao público de abertura da Agrishow para estar ao lado e prestigiar o evento promovido por Paulo Junqueira. Na segunda-feira (29), Bolsonaro, Tarcísio, Caiado e Paulo Junqueira, juntos, visitaram a Agrishow onde foram saudados e aplaudidos por expositores e pelo público visitante.

 

 

“Clã Meirelles”

 

São incontáveis os desmandos e desvios de conduta conduzidos pelo “clã Meirelles” que transformaram a Faesp/Senar como um “puxadinho” de interesses da família e que comandam há meio século a entidade que representa os produtores paulistas, no estado que é o principal produtor do agronegócio nacional.

 

Nesta próxima semana, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região deve decidir se anula ou não as eleições promovidas no último mês de novembro na qual o comendador Fábio Meirelles tentou impor seu filho ungido para lhe suceder e manter a “capitania hereditária” no comando da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar.

 

Antes da decisão do TRT-2, vários episódios impactaram e envolveram os Meirelles. Sucessivas denúncias feitas por alguns dos mais respeitados veículos de comunicação do País - Revista Veja, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, G1 (Site de notícias do Grupo Globo), Revista Oeste e BrasilAgro, dentre outros - tem mostrado o descalabro que foi implantado no comando da  Faesp/Senar.

 

Com a eleição de novembro sub judice diante das denúncias apresentadas pela chapa de oposição, liderada por Paulo Junqueira, presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural do Vale do Rio Pardo, Tirso Meirelles chegou ao acinte de organizar sua “auto posse” no majestoso Theatro Municipal de São Paulo.

 

Legenda: Tirso Meirelles, mesmo ciente que o processo eleitoral da Faesp/Senar estava sub judice, tentou desafiar o Tribunal Regional do Trabalho que acabou embargando a cerimônia anunciada para o Theatro Municipal de São Paulo

 

Tirso Meirelles distribuiu centenas de convites à autoridades e convidados para o evento marcado para o dia 14 de abril. Recurso apresentado por Paulo Junqueira fez com que o Tribunal Regional do Trabalho determinasse o cancelamento do evento. Advogados da Faesp/Senar tentaram derrubar a decisão do TRT-2 e, horas antes do início da festa, a entidade distribuiu, através da sua assessoria de imprensa, lacônico comunicado informando que a pomposa cerimônia não mais seria realizada.

 

O pior revés, porém, ainda estava por vir. No ano passado, Paulo Junqueira promoveu a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro para visitar a Agrishow, maior feira do agronegócio da América Latina. Ele chegou a Ribeirão Preto na abertura do evento e, horas antes, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro criou a falsa narrativa de ter sido “desconvidado” para a cerimônia e criou o primeiro embate entre o governo federal e o agronegócio. Lula ameaçou tirar o Banco do Brasil da feira e chamou os produtores rurais de “fascistas”.

 

Neste ano, os promotores da Agrishow, que tem como um dos seus acionistas a Faesp/Senar, decidiu organizar a cerimônia de abertura como evento fechado e promovido às vésperas de abertura de seus portões para o público. Antes, porém, Paulo Junqueira já havia agendado um ato popular e de apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro em Ribeirão Preto.

 

Houve coincidência de horários e, na manhã do último domingo (28), enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin, ao lado dos ministros Paulo Pimenta (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Carlos Fávaro (Agricultura) estavam na Agrishow, Paulo Junqueira reuniu milhares de pessoas em seu evento de apoiadores  contra o governo federal que contou com as presenças de Bolsonaro, dos governadores do Estado de São Paulo Tarcisio de Freitas e do Estado de Goiás Ronaldo Caiado, além de vários senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores.

 

“O governador Tarcísio de Freitas mostrou e deixou claro que tem lado e na disputa pelo comando da Faesp/Senar não é o do “clã Meirelles”. E os dirigentes da Agrishow erraram ao promover a cerimônia de abertura da feira em evento fechado para evitar protestos dos produtores rurais contra o governo federal, principalmente na questão das invasões promovidas pelo famigerado Movimento dos Sem Terra – MST e na emblemática questão do marco legal”, afirma importante liderança do agro paulista.

 

O mesmo líder rural lança um alerta aos apoiadores da manutenção do “status quo” na Faesp/Senar: Todos sabemos que muitos dos apontados como seguidores dos Meirelles não são produtores rurais. Há desconfiança, inclusive, de que Fábio e Tirso nunca foram produtores rurais. Agora, ser cúmplice desta gente é uma afronta a valores como a ética e a descência. Estes apoiadores mancham suas vidas e deixam um péssimo legado a suas famílias” (Da Redação, 5/5/24)