Faesp: Em palestra presidente sub judice tropeça e erra nas estatísticas
Foto Reprodução Instagram
Em press release, produzido pelo setor de imprensa da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar-SP, informa que “Tirso Meirelles faz palestra sobre as potencialidades do Brasil na Feira do Empreendedor 2025” e que “Presidente do Sistema Faesp/Senar demonstrou como o agronegócio é feito pelos pequenos e médios produtores e a importância do estímulo ao empreendedorismo”.
Em pronunciamentos anteriores o presidente sub judice Tirso Meirelles, cuja eleição em dezembro de 2023 foi anulada por fraude e irregularidades pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em processo que se encontra em análise no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília, demonstrou usar e abusar de informações inconsistentes e absolutamente distantes da realidade, demonstrando desconhecimento e até mesmo irresponsabilidade por, também destas vezes, se equivocar nas estatísticas oficiais.
Pelo menos no comunicado à imprensa, Tirso Meirelles não apresentou nenhuma informação em relação às “potencialidades do Brasil” na sua palestra. E, tropeçou na realidade quando afirma que “o agronegócio é feito pelos pequenos e médios produtores” e que “65% das propriedades rurais estão nas mãos de pequenos e médios produtores”.
Pesquisa feita no serviço de IA do Google, não confirma que “65% das propriedades rurais estejam nas mãos de pequenos e médios produtores”:
“Não, a informação não está correta. De acordo com dados do Censo Agropecuário mais recente (2017), a agricultura familiar, que inclui pequenos produtores, representa a maioria das propriedades rurais no Brasil, alcançando 77% dos estabelecimentos.
No entanto, a concentração de terras é desigual, já que a agricultura familiar ocupa uma parcela bem menor da área agrícola total do país.
Comparativo entre agricultura familiar e agronegócio:
- Número de estabelecimentos: A agricultura familiar detém 77% dos estabelecimentos.
- Extensão de terras: O agronegócio, que inclui grandes produtores, domina a maior parte da área agrícola do país, com 77% das terras.
Em resumo, embora os pequenos e médios produtores representem a maior parte das propriedades rurais, a área total ocupada por eles é significativamente menor em comparação com os grandes produtores.
A participação do agronegócio (que inclui a agricultura e pecuária, além da agroindústria e agrosserviços) no PIB brasileiro tem sido em torno de 23% a 24%, com estimativas recentes chegando a cerca de 29,4% para 2025. No entanto, se considerarmos apenas o setor primário da agricultura e pecuária, a participação é bem menor, cerca de 5% do PIB nacional, segundo análises mais restritas.
Diferença entre os cálculos
- Cálculo amplo (23,8% em 2023): Inclui toda a cadeia do agronegócio, como a produção de insumos, o setor primário (culturas e pecuária), a agroindústria e os serviços relacionados. Por isso, o número é mais alto.
- Cálculo restrito (pouco mais de 5% em 2023): Considera apenas o setor primário, ou seja, a atividade de cultivar e criar animais.
Ponto de atenção
- É importante entender qual cálculo está sendo usado, pois há uma grande diferença entre o resultado do agronegócio como um todo e o da produção agrícola e pecuária estrita.
Participação do setor no PIB brasileiro
Tirso Meirelles, que se apresenta como “doutor” em eventos oficiais organizados e patrocinados pela Faesp/Senar-SP, também escorrega quando informa que “o setor do agro carrega sozinho 25% do PIB”. O mesmo serviço de IA do Google esclarece que:
“A participação do agronegócio (que inclui a agricultura e pecuária, além da agroindústria e agrosserviços) no PIB brasileiro tem sido em torno de 23% a 24%, com estimativas recentes chegando a cerca de 29,4% para 2025. No entanto, se considerarmos apenas o setor primário da agricultura e pecuária, a participação é bem menor, cerca de 5% do PIB nacional, segundo análises mais restritas.
Diferença entre os cálculos
- Cálculo amplo (23,8% em 2023): Inclui toda a cadeia do agronegócio, como a produção de insumos, o setor primário (culturas e pecuária), a agroindústria e os serviços relacionados. Por isso, o número é mais alto.
- Cálculo restrito (pouco mais de 5% em 2023): Considera apenas o setor primário, ou seja, a atividade de cultivar e criar animais.
Ponto de atenção
- É importante entender qual cálculo está sendo usado, pois há uma grande diferença entre o resultado do agronegócio como um todo e o da produção agrícola e pecuária estrita.”
Legado dos últimos 50 anos
Ao se referir ao crescimento e a transformação que o agronegócio trouxe nos últimos 50 anos, talvez numa tentativa de defender os 48 anos ininterruptos nos quais seu pai, Fábio de Salles Meirelles, ocupou a presidência da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Tirso mais uma vez omite informações como as publicadas na edição do último dia 16/12/24 no Brasilagro (A íntegra da matéria está abaixo) que contrastam com o que disse em sua palestra:
“O quase meio século de domínio e gestão do comendador Fábio de Salles Meirelles no comando da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp, deixou além de incontáveis escândalos denunciados pela mídia nacional, um processo de retrocesso do agronegócio paulista. A situação se agravou com a tentativa de manter o filho Tirso como seu sucessor, num processo eleitoral cheio de denúncias e fraude contestados na justiça.
Segundo o presidente do Sindicato e Associação Rural de Ribeirão Preto, coordenador da chapa “Nova Faesp” de oposição na Faesp/Senar Paulo Junqueira, o PIB (Produto Interno Bruto) do agro paulista andou devagar nos últimos anos. Em 13 anos, a alta foi de apenas 1,8%, abaixo dos 19,1% do agro nacional”. Ele acrescenta que “a evolução acumulada de 2010 a 2023 foi de apenas 1,81%, em termos de renda real. Essa taxa ficou muito abaixo dos 19,1% registrados pelo PIB nacional do setor”.
E lembra que “levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) indicou que o PIB paulista do agronegócio é de R$ 610 bilhões, predominantemente voltado para o ramo agrícola. Este somou R$ 510 bilhões em 2023, atingindo 84% do total. O restante ficou com a pecuária”.
Paulo Junqueira explica que “a principal pressão sobre o PIB do agro veio da agroindústria, que caiu 8,3% nos últimos 13 anos, em especial o da indústria agrícola, cujo recuo foi de 10,1%. A perda de ritmo nesse setor afetou também o PIB de agrosserviços, que registrou retração de 4,3% desde 2010. Não por acaso, este é o verdadeiro legado de Fábio Meirelles deixa em seus 48 anos de presidência da Faesp, lembrando que a situação se agravou dramaticamente com a ascensão de seu filho Tirso à presidência da Faesp/Senar ocupada há quase dois anos pelo presidente que se mantém sub judice”.
16/12/2024
Agro avança no Brasil mas, com Meirelle’s na Faesp, cresce pouco em SP

BANDEIRA SÃO PAULO-Imagem dreamstinecom
O quase meio século de domínio e gestão do comendador Fábio de Salles Meirelles no comando da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp, deixou além de incontáveis escândalos denunciados pela mídia nacional, um processo de retrocesso do agronegócio paulista. A situação se agravou com a tentativa de manter o filho Tirso como seu sucessor, num processo eleitoral cheio de denúncias e fraude contestados na justiça.
Segundo o presidente do Sindicato e Associação Rural de Ribeirão Preto, coordenador da chapa “Nova Faesp” de oposição na Faesp/Senar Paulo Junqueira, “o PIB (Produto Interno Bruto) do agro paulista andou devagar nos últimos anos. Em 13 anos, a alta foi de apenas 1,8%, abaixo dos 19,1% do agro nacional”. Ele acrescenta que “a evolução acumulada de 2010 a 2023 foi de apenas 1,81%, em termos de renda real. Essa taxa ficou muito abaixo dos 19,1% registrados pelo PIB nacional do setor”.
E lembra que “levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) indicou que o PIB paulista do agronegócio é de R$ 610 bilhões, predominantemente voltado para o ramo agrícola. Este somou R$ 510 bilhões em 2023, atingindo 84% do total. O restante ficou com a pecuária”.
Paulo Junqueira explica que “a principal pressão sobre o PIB do agro veio da agroindústria, que caiu 8,3% nos últimos 13 anos, em especial o da indústria agrícola, cujo recuo foi de 10,1%. A perda de ritmo nesse setor afetou também o PIB de agrosserviços, que registrou retração de 4,3% desde 2010. Não por acaso, este é o verdadeiro legado de Fábio Meirelles deixa em seus 48 anos de presidência da Faesp, lembrando que a situação se agravou dramaticamente com a ascensão de seu filho Tirso à presidência da Faesp/Senar ocupada há meses sub judice”.
Desde a “eleição” de Tirso Meirelles há um ano, além de demonstrar a incapacidade necessária para o cargo que lhe foi transferido pelo pai, ele vem mantendo uma política de perseguição aos sindicatos que formam o grupo de oposição, reduzindo e até mesmo cancelando o repasse das verbas federais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar. “Com esta política autofágica, ele atinge em cheio os programas de formação e requalificação profissional dos principais produtos do setor agrícola paulista, a cana-de-açúcar e a laranja” (Da Redação BrasiAgro, 16/12/24)
Tirso Meirelles faz palestra sobre as potencialidades do Brasil na Feira do Empreendedor 2025

Presidente do Sistema Faesp/Senar demonstrou como o agronegócio é feito pelos pequenos e médios produtores e a importância do estímulo ao empreendedorismo. Foto Divulgação
Na sexta-feira (17), terceiro dia da Feira do Empreendedor 2025, o presidente do Sistema Faesp/Senar, Tirso Meirelles, ministrou a palestra “Brasil que alimenta e encanta: Agro, Gestão e Turismo Rural”, na Arena São Paulo de Destinos e Sabores.
Durante cerca de meia hora e para uma plateia de homens e mulheres, produtores rurais, estudantes e futuros empreendedores, ele compartilhou sua experiência como executivo à frente da maior entidade do agro paulista e demonstrou as potencialidades do setor, tanto no interior como na capital paulista.
“Em 50 anos passamos de importadores a um dos principais players mundiais da produção de alimentos. O futuro do setor agropecuário passa pela adaptação ágil às novas tecnologias, pelo fomento às pesquisas, o emprego correto e cada vez mais acentuado dos bioinsumos e pela preocupação maior com as práticas de manejo sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)”, explicou.
“Essa é panorama do nosso país e de um setor que carrega sozinho 25% do PIB. Mas em cada homem e mulher do campo há um agente dessa transformação. A cadeia produtiva não se faz somente com indústria e pesquisa. Não por acaso 65% das propriedades rurais estão nas mãos de pequenos e médios produtores. Precisamos e devemos estimular o empreendedorismo deles.”
Ele também ressaltou aspectos que são fundamentais de valorização: fomento público ao empreendedorismo, como é o caso do turismo rural e suas rotas paulistas implementadas pela secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo; ferramentas de ensino, como os mais de 400 cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SP); e os estímulos de empreendedorismo e capacitação, como por exemplo o Empretec do Sebrae.
O presidente da Faesp e do Senar elencou projetos das entidades (tais como os oito Centros de Excelência em construção) e outros que estão em gestação que proporcionarão renda e oportunidades às famílias do campo. “Nossa missão enquanto representantes dos produtores e das produtoras rurais é ajudar na capacitação, estimular o empreendedorismo e auxiliar todos os elos da cadeia produtiva”, afirmou.
“O Sistema Faesp/Senar atua junto aos sindicatos rurais para potencializar o agro paulista em todas as suas vertentes. Não é por outra razão que temos como um de nossos objetivos o aprimoramento dos arranjos produtivos locais, baseados no conceito de agroindústria, promovendo desenvolvimento regional, emprego, renda e agregação de valor. Este é um esforço que inclui assentamentos de agricultura familiar, mostrando que nosso compromisso é com todos os segmentos do setor agropecuário, e a Feira do Empreendedor é uma ótima oportunidade para impulsionar isso.” (Assessoria de Comunicação, 20/10/25)

