A mídia chora pelo monstro que ela criou – Por Paula Sousa
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto Marcelo Camargo Agência Brasil
A coluna da jornalista Malu Gaspar, intitulada “Depois de superar o golpismo, Brasil precisa enfrentar a falta de limites do Supremo”, é tão descarada que merecia um prêmio – talvez o prêmio "Cara de Pau do Ano". O que vemos agora não é uma denúncia, mas um lamento da grande imprensa, que só se deu conta do monstro que ajudou a criar depois que ele começou a atacar os próprios criadores do circo.
Essa história de "agora precisamos restringir o STF" apenas confirma o que qualquer cidadão com um mínimo de senso crítico já tinha percebido: o que ocorreu nos últimos anos foi a instalação de um Tribunal de Exceção no Brasil.
A história da "boa causa" que justifica a injustiça
O principal argumento de Malu Gaspar — e de toda a bolha midiática e da esquerda festiva — é que o “Xandão”, errou, cometeu absurdos, desrespeitou a lei e o devido processo legal... mas, ah, tudo bem, valeu a pena, porque era contra Bolsonaro!
Não é algo realmente impressionante? A lei só é válida quando é conveniente. A democracia só é considerada sagrada quando é “protegida” pelo Judiciário. O pessoal admitindo, preto no branco, que usou uma Justiça torta e falha porque o fim justificava os meios: tirar o Bolsonaro da vida política a qualquer custo.
E qual era o tal "golpismo" que justificava essa farra jurídica? Ninguém sabe, ninguém viu. Bolsonaro, que tem sido um alvo constante por anos, nunca deu um passo fora das "quatro linhas". Ao contrário, seus apoiadores o criticaram por acatar todas as decisões do Supremo, inclusive as mais absurdas. O suposto golpe só existia na cabeça desse grupo, como uma justificativa conveniente.
Mas aqui está a genialidade do tiro que saiu pela culatra: a imprensa não percebe que esse precedente hediondo que foi aberto para tirar o ex-presidente vale para qualquer um da oposição. Hoje é Bolsonaro, amanhã será Tarcísio de Freitas ou qualquer outro candidato da direita que desafie o sistema. O manual está pronto: é só alegar golpismo (sem provas, claro), e o Judiciário tem permissão para rasgar a Constituição. Depois que o alvo for abatido, "a gente resolve o problema da justiça." Que coisa mais cínica!
O enterro do devido processo legal
E que "força da democracia" é essa, que a própria coluna admite ter sido forçada e cheia de erros?
Não existe democracia sem o devido processo legal. E o que vimos foi justamente o enterro desse processo. Os processos foram realizados a uma velocidade sem precedentes na história do Judiciário brasileiro. Qualquer processo comum leva décadas; esses, contra o ex-presidente, foram resolvidos na velocidade da luz, evidentemente à custa da defesa. Todos os recursos foram negados ou desconsiderados. Qual é o propósito? Elimine o adversário do jogo antes das eleições.
Quem são essas pessoas que se acham donas do Brasil para decidir quem pode ou não disputar uma eleição? Ao atropelar a lei, o ministro não "salvou a democracia", ele a enterrou.
A Malu Gaspar, sem querer, lista os crimes:
- Decisões monocráticas e de ofício, sem ouvir o Ministério Público.
- Prisões preventivas por meses sem acusação formal.
- O episódio da morte de Clesão na cadeia, que poderia ter tido prisão domiciliar.
- A manobra para tirar o julgamento do plenário e transferi-lo para a turma.
Até o Luiz Fux, em seu voto, chegou a dizer que o que estava acontecendo ali era um absurdo, um julgamento de exceção. O STF sequer deveria estar julgando o caso, que foi tomado para si por um único ministro. Isso não é justiça, é perseguição política pura e simples, incentivada por uma esquerda que, depois de anos, não consegue mais conquistar corações e mentes nas urnas e precisa recorrer ao tapetão.
O monstro fora da coleira e a briga interna
A imprensa só acordou para a "falta de limites do Supremo" agora, por um motivo muito simples: eles criaram um ditador que não obedece mais ninguém.
O Judiciário está completamente errado, reconhecem, mas só se incomodam porque o Alexandre de Moraes está mostrando que tem mais poder que o próprio Lula. A chateação da mídia e da esquerda militante não é com a democracia, mas porque o monstro que criaram para matar Bolsonaro agora está impondo seu nome (Pacheco) no lugar do candidato que o governo (“Bessias”) queria.
O medo é real. A ficha caiu: “Demos esse poder todo ao Alexandre de Moraes, mas era só para tirar o Bolsonaro! Não era para ele continuar mandando no País!”
Pois é. Vocês criaram um ditador. E agora, José?
Acreditavam que o Judiciário voltaria à normalidade, mas esqueceram que quem se coloca como “herói da democracia” para derrubar um opositor acaba se tornando intocável. Isso já aconteceu ao longo da história. O salvo-conduto que o Supremo recebeu para "combater o golpismo" o transformou em uma força acima de qualquer lei.
A blindagem da corrupção
O que realmente preocupa é o que o Supremo fez com esse salvo-conduto. A perseguição a Bolsonaro e a invenção do "golpe" foram apenas a cortina de fumaça para o verdadeiro objetivo: acabar com a caça à corrupção da esquerda e blindar o Judiciário.
Não é coincidência que o inquérito das Fake News tenha se tornado a ferramenta perfeita para perseguir quem ousava investigar o establishment.
Sob a capa do "combate ao golpismo", “combater as fake News”, a banda podre da política conseguiu o que queria: favorecer a corrupção. Eles inventaram a desculpa do golpe que só existia na cabeça deles para justamente abafar os escândalos e reverter a situação. Não é à toa que o corrupto voltou à cena do crime, com a ajuda da Globo, Estadão, Uol & Cia. Ltda. Agora fingem espanto. Me poupe!
E quando Malu Gaspar fala que "desvios do Moro não apagam a corrupção revelada pela Lava Jato," ela convenientemente esquece de mencionar que, no final das contas, o sistema deu um jeito de anular tudo, descondenar o condenado e colocá-lo de volta na cadeira presidencial. Agora, usam a mesma tática: o processo de Bolsonaro será anulado no futuro, quando o estrago político estiver feito, assim como fizeram na Lava Jato. A jornalista sabe disso, e ela admite: "Ainda há fios soltos para puxar se porventura mudar o contexto político e jurídico, abrindo espaço para anular o caso, como se fez na Lava-Jato, com sucesso."
Bolsonaro venceu o sistema
O que a grande mídia e a esquerda iludida não perceberam é que eles falharam miseravelmente. Eles acham que "acabaram" com Bolsonaro, que ele "já era" e agora é um "ex-presidiário". Que ingenuidade!
A única coisa que fizeram foi escancarar para todo o povo brasileiro a podridão de um sistema que usa a Justiça como arma política, um Judiciário que está disposto a rasgar a Constituição para atender aos interesses de uma minoria.
Bolsonaro, sozinho, enfrentou o STF, a grande imprensa e o establishment político, sempre dentro das quatro linhas, e conseguiu ser eleito por dezenas de milhões de votos. Ele não deu golpe algum. O golpe foi dado contra ele, pelo Judiciário. E ao tentar matá-lo politicamente, eles apenas o transformaram em uma figura maior, imune e vitoriosa perante a opinião pública.
O ciclo que se encerra não é o do "golpismo", mas o do cinismo da mídia. A prisão de Bolsonaro foi o que a esquerda e a imprensa precisavam. Agora que a missão foi cumprida, é hora de tentar colocar o gênio de volta na lâmpada. Mas o Brasil está vendo tudo, e o monstro que a mídia e a esquerda criaram não volta mais para a gaiola (Paula Sousa é historiadora, professora e articulista; 28/11/2025)

