27/10/2025

Agência Fitch rebaixa nota da Raízen, com perspectiva negativa

Agência Fitch rebaixa nota da Raízen, com perspectiva negativa

Tanques de combustível da Raízen. Empresa teve nota de risco rebaixada por agência — Foto Divulgação

Classificação de probabilidade de default passou de ‘BBB’ para ‘BBB-‘.

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de probabilidade de default do emissor da Raízen de ‘BBB’ para ‘BBB-‘ para as dívidas de longo prazo em moeda estrangeira e local. Apesar da revisão ainda manter a empresa com grau de investimento, Fitch colocou a nota em perspectiva negativa, o que deixa a empresa sujeita a perder o grau de investimento em até seis meses, prazo que a agência deu para revisar a nota.

O rebaixamento do rating da Raízen ocorre um dia após a empresa divulgar os resultados de sua prévia operacional, que apontaram para uma redução do volume de venda de açúcar e etanol próprios no 2º trimestre da safra 2025/26.

A Fitch justificou a revisão com base na “deterioração da estrutura de capital” da companhia, por causa do aumento da dívida e do fluxo de caixa operacional mais fraco do que o esperado para esta temporada.

“Sem grandes vendas de ativos ou injeções de capital, a alavancagem líquida permanecerá em torno de 4 vezes por um período prolongado, o que não é consistente com uma classificação ‘BBB’ e está acima de nossas expectativas anteriores”, afirmou a Fitch, em nota.

A agência acrescentou que “espera uma resolução no curto prazo” sobre a injeção de capital na Raízen, possivelmente de um terceiro acionista controlador. Sobre as venda de ativos, a Ficth considerou que “os recursos e a execução de ambas as transações permaneçam incertos”.

A agência de classificação de risco ainda sinalizou que pode evitar rebaixar o rating da Raízen “se obtivermos visibilidade sobre uma desalavancagem significativa”.

A Ficth divulgou ainda que estima que a Raízen encerrará a atual safra com uma receita líquida de R$ 230 bilhões, e de R$ 228 bilhões na próxima temporada, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) devem ficar em R$ 11,9 bilhões nesta safra e em R$ 12,6 bilhões na próxima (Folha, 24/10/25)