20/03/2020

Agronegócio pede garantias para manter logística portuária

Agronegócio pede garantias para manter logística portuária

Uma carta assinada por quase 50 entidades representantes de cadeias do agronegócio foi endereçada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, solicitando apoio do governo federal para garantir o funcionamento da logística portuária nacional em meio à crise do coronavírus.

No documento, ao qual a Reuters teve acesso nesta quinta-feira, as associações pedem atenção especial ao Porto de Santos, “diante da ameaça de paralisação por parte do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá”.

Na hipótese de paralisação em Santos, maior porto da América Latina e principal rota de escoamento de diversos produtos agrícolas brasileiros, as entidades afirmaram que haveriam “elevadas chances de essa ação disparar processo em cadeia nos demais portos, destruindo empregos e afundando o país em um efeito dominó cujos prejuízos são incalculáveis neste momento”.

Apesar da ameaça dos estivadores, o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) e a assessoria de imprensa do Porto de Santos disseram nesta quinta-feira que as operações seguem normalmente.

O presidente do Sopesp, Regis Prunzel, participou de uma reunião na quarta-feira para tratar sobre o assunto e, segundo ele, os trabalhadores apoiaram a iniciativa de manter operações, com a expectativa da implementação de algumas medidas. Entre elas, ficou decidido a redução de aglomerações no perímetro do porto.

Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá “proteção máxima” para a continuidade das operações nos portos.

“Para minimizar os impactos do coronavírus no país e garantir a saúde da população, temos como missão a circulação e o abastecimento de insumos, mercadorias e itens básicos em todas as regiões”, disse Bolsonaro no post.

Um representante do Ministério da Infraestrutura não pôde comentar imediatamente quais outras medidas teriam sido tomadas.

Em pronunciamento nesta quinta, o governador paulista, João Doria, disse que o Ministério da Infraestrutura agiu prontamente para evitar que o porto fosse fechado.

“Fechar o maior porto do país seria um desastre do ponto de vista do abastecimento público...”, comentou Doria (Reuters, 20/3/20)