27/05/2024

Coaf: Denúncia de lavagem de dinheiro assombra dirigentes da Faesp/Senar

Coaf: Denúncia de lavagem de dinheiro assombra dirigentes da Faesp/Senar

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A crise ética e moral que vem sendo relatada pelos dirigentes que formam o bloco de oposição pela manutenção do status quo na Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, podem trocar as notícias veiculadas pela mídia nacional através das suas editorias de política e economia abrindo espaço e se transferir para as de polícia. Isto porque há fortes e consistentes suspeitas e indícios de crimes de lavagem de dinheiro em andamento que estão sendo apuradas para formalização de denúncia oficial ao COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras (https://www.youtube.com/watch?v=FWH8SBFZ9Dw).

 

As denúncias podem contar com a ajuda do  Grupo de Ação Financeira (GAFI/FATF), entidade intergovernamental estabelecida em 1989 por iniciativa dos países do então G-7, que estabelece e promove padrões e políticas internacionais para combater a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e outras ameaças à integridade do Sistema Financeiro Nacional. Isto, porque há sinais muito claros de envio de recursos desviados para o exterior.

 

Especialistas no setor de crimes financeiros relatam que no segundo semestre deste ano, devem ser pautados pelo governo dos Estados Unidos, ações sensíveis que ameaçam a esquerda brasileira e estão abalando as relações com aquele país como a censura nas redes sociais pelo STF e governo Lula (já ocorrem manifestações no Congresso americano e o embate com o empresário Elon Musk), narcotráfico (Caso Hugo Carvajal, ex-diretor da Inteligência da Venezuela) e lavagem de dinheiro (Brasil e Venezuela).

 

A propósito, o COAF mantém intercâmbio com a  Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN; Rede de Fiscalização de Crimes Financeiros) que é uma agência do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos que coleta e analisa informações sobre transações financeiras a fim de combater a lavagem de dinheiro nacional e internacional, o financiamento do terrorismo e outros crimes financeiros.

 

As mesmas denúncias podem servir de gatilho para que dirigentes sindicais rurais que ainda relutam apoio a manutenção do “clã Meirelles”, que há meio século comanda a Faesp, migrem para a chapa de oposição que promete mudanças estruturais na entidade que reúne produtores que foram responsáveis por 42,8% das exportações do Estado de São Paulo no 1º quadrimestre. “Há lideranças sindicais rurais que estão ao nosso lado de forma explícita. Há também aqueles que já abandonaram o barco dos “Meirelles” mas pedem que não sejam identificados. E, há ainda, aqueles que estão com dúvidas ou receio, mas que a cada nova denúncia começam a redifinir suas posições”, explica um dos coordenadores da chapa de oposição.

 

“Há cada hora chegam novas denúncias envolvendo Fábio Meirelles e seu filho Tirso e manifestações de apoio à nossa proposta de abrir e tornar pública a “caixa-preta” da entidade crescem vertiginosamente. A recente manifestação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, anulando as eleições de novembro por fraude e irregularidades, provocou verdadeiro tsunami e conscientização dos dirigentes ainda relutantes em apoiar a família Meirelles no comando da Faesp/Senar. A unanimidade de 3 votos a zero da 10ª Turma está nos levando a um novo patamar”, afirma um dos integrantes da chapa de oposição.

 

Assim que as denúncias, que estão em fase de apuração, forem comprovadas e encaminhadas ao COAF e aos órgãos competentes, não se descartam ordens de prisão e o afastamento dos prováveis envolvidos nas esferas dos gestores da entidade, de funcionários e até mesmo de servidores públicos que tem sido omissos e coniventes com os desvios e falcatruas que começam, comprovadamente, a aparecer. “Pensávamos, inicialmente em uma simples “caixa-preta”. Mas com o que já temos e conhecemos, trata-se de um “container” gigantesco, com ramificações e tentáculos não apenas aqui no Brasil, mas também no exterior”, revela um produtor rural da chapa de oposição.

 

COAF

 

Com a aprovação da Lei contra a Lavagem de Dinheiro, em 1998, surgiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (file:///C:/Users/rapha/Downloads/casos-casos-coaf-2021.pdf e https://investnews.com.br/guias/coaf-lavagem-de-dinheiro/#:~:text=%E2%80%9CO%20Coaf%20realiza%20investiga%C3%A7%C3%B5es%20sempre,esp%C3%A9cie)%E2%80%9D%2C%20conta%20Sales).

Ligado ao Ministério da Fazenda e formado por integrantes de vários órgãos do governo, o Coaf tem a função de receber, examinar e identificar operações financeiras suspeitas.

 

O Coaf recebe somente informações de operações consideradas suspeitas pelo comunicante ou realizadas em “dinheiro vivo” em valores superiores aos limites fixados em atos normativos. Até o dia 31 de janeiro de 2024, os profissionais e as organizações contábeis atuantes nas áreas pública e privada tiveram que  encaminhar ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a Declaração de Não Ocorrência de Operações Suspeitas de lavagem de dinheiro ou financiamento ao terrorismo relativa aos seus clientes.

 

Como não respondem a nenhum dos nossos questionamentos, até porque colocam as mensagens que recebem através do e-mail @brasilagro são, invariavelmente e sistematicamente, encaminhadas à caixa de spam dos usuários do site www.faespsenarcom.br, fica ao livre arbítrio dos gestores a responsabilidade de qualquer irregularidade, mas desde já publicamente indagamos: será que os responsáveis pela Controladoria da Faesp/Senar cumpriram com esta determinação?

 

As instituições financeiras já são obrigadas a alertar o órgão fiscalizador quando há transação que supere os R$ 100 mil. Autoridade policial pode acionar Coaf antes de instaurar inquérito, diz STJ. As 4 fases da lavagem de dinheiro são:

Colocação, trata-se do depósito do “dinheiro sujo” no sistema econômico reconhecido como legítimo. A ideia é ocultar a origem do valor.

Ocultação, diz respeito à busca por dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. Integração, fase em que os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico.

 

FETAESP

 

 

Nova crítica dirigida aos gestores da Faesp/Senar é que a entidade tem se posicionado e focado suas ações mais na direção da agricultura familiar  - atribuição da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo - do que aos produtores rurais. Até porque temas que interessam ao agro paulista e nacional, como economia verde, tecnologia 5.0, sustentabilidade ambiental e social e transição energética, não constam da pauta de discussões e defesa da entidade. Nã o há uma manifestação sequer para temas importantes como a implementação de projetos que busquem aumentar a renda dos produtores rurais.

Esquerda Volver: Ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Tirso Meirelles, ministra Luciana Santos (Ciência e Tecnologia e presidente nacional do PCdoB) e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Foto Reprodução/Agrishow 2024

 

Há, dentre as lideranças sindicais rurais paulistas, receio de que a aproximação de Tirso Meirelles aos ministros Paulo Teixeira, Luciana Santos e mesmo ao vice-presidente Geraldo Alckmin, possa representar a tentativa de robustecer o ódio, a raiva e o inconformismo do presidente Lula  com o protagonismo do agronegócio. “Esta recente simbiose pode alavancar, sustentar e ampliar publicamente o “nós contra eles” que não passa de estratégia para tentar desmistificar o crescimento do agro que reúne a atividade mais dinâmica e promissora da economia nacional. Para Lula, nós produtores do agronegócio, somos fascistas! Ora, todos sabemos quem são os fascistas na política nacional” afirma um produtor alinhado com a chapa de oposição na Faesp/Senar

 

“Os Meirelles nunca estiveram tão próximos da esquerda como agora. Tudo sempre pela conveniência. Sempre se apresentaram como conservadores apesar de terem como foco transformar e ampliar as vantagens pessoais que vem amealhando há décadas desde que transformaram a Faesp/Senar em um “puxadinho” dos seus interesses pessoais e familiares. Com o acesso aos recursos do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, a lambança não para de crescer. Prova disto foi a determinação de se retaliar os sindicatos que compõem a chapa de oposição com a redução de 60% a 80% dos recursos destinados para cursos de treinamento e qualificação profissional”, acrescenta (Da Redação, 27/5/24)