19/12/2025

Como o governo planeja "salvar" você de ter um emprego – Por Paula Sousa

Como o governo planeja

Ah, o progresso! Não há nada mais gratificante para um governo do que ver o cidadão comum — aquele que ousa acordar cedo, ligar um aplicativo e trabalhar — começando a ganhar "bem demais". É um sinal de alerta vermelho em Brasília. Afinal, onde já se viu um motorista ou entregador prosperar por conta própria, sem pedir licença, sem carimbo no sindicato e — horror dos horrores — sem depender de uma migalha estatal?

 

O diagnóstico do Estado é implacável: se o trabalhador está ganhando acima da média e o desemprego está caindo porque as pessoas encontraram autonomia nas plataformas, algo está muito errado. É preciso "regulamentar". No Brasil, quando o cidadão finalmente encontra uma forma de prosperar, o Estado corre para colocar a mão. Regulamentar, no dicionário político atual, é apenas o eufemismo favorito para "colocar a mão no seu bolso até sentir o fundo".

 

A matemática criativa da justiça social

 

Vamos olhar para os números, porque a economia é aquela disciplina incômoda que o governo faz questão de manter longe das escolas. Hoje, a conta é simples: em média, 72% do valor fica com o motorista, 20% com o aplicativo e o governo se contenta (por enquanto) com 10%. Mas veja que falta de "justiça social"!

 

A nova proposta de regulamentação, que nossos iluminados representantes querem empurrar goela abaixo, é uma obra-prima da engenharia financeira reversa. A ideia é que o governo passe a morder quase metade do que é gerado. Sim, você leu certo: o plano é que o Estado fique com 46%, enquanto o motorista, que entra com o carro, o combustível, a manutenção e o risco, veja sua fatia murchar para 43%. Ou seja: o motorista levará menos que o governo.

 

É o sistema perfeito: você trabalha, o governo lucra mais que você e, de quebra, as plataformas precisam subir os preços para não quebrarem. Segundo estudos, o custo dos lanches pode subir 22%, o que deve aniquilar cerca de 40% dos pedidos. Menos pedidos, menos renda, mais gente voltando para a fila do auxílio. Parece um erro de cálculo? Pelo contrário, é o plano funcionando exatamente como deveria.

 

O perigo de comer, estudar e pensar

 

Por que tamanha sanha em destruir um modelo que, inclusive, ajudou a reduzir a criminalidade em até 20% nos bairros mais pobres? A resposta está na boca do próprio líder máximo da nação. Em momentos de honestidade brutal, o presidente confessou a lógica por trás da manutenção da miséria: o partido depende da pobreza para continuar existindo.

 

Segundo as palavras de Lula, quem ganha acima de dois salários mínimos "já não quer mais votar no PT". Ele foi além ao dizer que, quando o governo ajuda os mais humildes e eles começam a comer, trabalhar e estudar, eles ficam "mais conscientes politicamente e podem não votar mais na gente". O perigo para a esquerda não é a fome, é o bucho cheio. O perigo não é o desemprego, é a independência financeira que faz o cidadão parar de acreditar em promessas vazias.

 

Por que não se ensina economia?

 

Você já se perguntou por que as escolas fogem do tema "dinheiro" como se fosse uma doença? Se você entender que o governo não "dá" nada, mas apenas toma o seu e devolve uma fração minúscula após sustentar uma burocracia imensa, o encanto quebra. A ideologia de esquerda promove a inveja e o vitimismo, nunca a autossuficiência.

 

Recentemente, vimos um movimento de resistência contra essa ignorância planejada. O governo de São Paulo sancionou o Programa Jovem Paulista (Lei 17.743/2023), de autoria de Guto Zacarias e Lucas Bove, para levar aulas de finanças e empreendedorismo ao ensino médio. A ideia é básica: ensinar o jovem carente a lidar com dinheiro, investir e abrir uma empresa.

 

Mas, claro, a iniciativa encontrou inimigos. Houve deputada do PSOL questionando abertamente: "Pra que o pobre precisa estudar economia?". A pergunta é coerente com o projeto de poder: se o pobre entende de tributos, ele percebe que é o pagador de contas da elite política. A urgência de projetos como esse em todo o Brasil é o que tira o sono de quem quer o povo eternamente dependente do Bolsa Família em vez de estar na rua sendo dono do próprio destino.

 

O presente de Natal que ninguém pediu

 

Enquanto você está preocupado com o final do ano, os arquitetos da "proteção social" — liderados por figuras como Guilherme Boulos e relatores como Augusto Coutinho — trabalham no silêncio para passar essas medidas. É o "presente de Natal" para os 2 milhões de brasileiros que vivem de apps: uma rasteira que pode reduzir a renda dos entregadores em até 77%.

 

A lógica é perversa e clara:

 

  1. O governo cria regras que tornam o serviço caro e a renda miserável.
  2. O trabalhador perde sua autonomia e volta a ser dependente do Estado.
  3. Com o estômago roncando, o cidadão volta a ser o público-alvo perfeito para o discurso ideológico.

 

Eles não querem sócios; eles querem súditos. Não querem empreendedores; querem eleitores cativos que não "elevem seu padrão de vida", como o próprio Lula teme. Se você é motorista ou entregador, saiba que essa regulamentação não é um escudo para te proteger, mas uma rede para te prender. Afinal, para quem vive da pobreza alheia, a independência do trabalhador é uma ameaça que precisa ser taxada até a extinção.

 

Envie este artigo para seus amigos e familiares que tiram o seu sustento dessas plataformas. Envie para seus parentes e conhecidos que ainda acreditam ingenuamente que o governo está regulamentando o trabalho por aplicativo porque "se preocupa" com o trabalhador.

 

Faça-os acordar e entender por que, em 2026, será inviável pedir um lanche ou se locomover usando a Uber ou a 99. Mostre a eles que o preço da "proteção" estatal é a sua liberdade e o seu sustento. E, para aqueles que defendem esse modelo, resta apenas dizer a frase mais repetida desde 2023: FAZ O L!

 

“O Governo é um porco ganancioso que mama nas tetas dos contribuintes até que todos fiquem com os mamilos doloridos”. — Ron Swanson (Paula Sousa é historiadora, professora e articulista; 19/12/2025)