01/12/2025

Em pleno domingo, Alcolumbre emite nota para atacar Lula ainda mais

Em pleno domingo, Alcolumbre emite nota para atacar Lula ainda mais

Foto Reprodução Divulgação

 

Numa escalada rara e bastante incomum para um domingo, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aproveitou o fim de semana para disparar uma nova rajada verborrágica contra o governo Lula. Em nota oficial distribuída à imprensa nesta tarde (30), o parlamentar amapaense disse sentir-se “ofendido” com o que classificou de tentativa do Palácio do Planalto de pintar um retrato distorcido das relações entre os Poderes.

 

Em sua nota, o senador ainda prosseguiu: “Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal”.

 

Alcolumbre também fez questão de frisar que, na sua visão, o prazo marcado para a sabatina de Messias na CCJ – 10 de dezembro – “guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada”.

 

Nos corredores do Congresso, porém, ninguém esconde que a rapidez incomum entre a indicação e a data da sabatina é vista como retaliação direta de Alcolumbre. Parlamentares da base governista sempre reafirmam a já conhecida história de que o presidente do Senado queria emplacar outro nome.

 

No caso, o preferido, por resguardar seus interesses, era o colega de Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele ficou profundamente irritado quando Lula bateu o martelo por Jorge Messias, “sem consultá-lo”, já que se julga “o dono” da agenda do Senado.

 

Nos bastidores, a avaliação é que Messias terá dificuldade para alcançar os 41 votos necessários no plenário, exatamente porque o tempo curto para articulação política favorece quem controla a pauta, no caso, o próprio Alcolumbre.

 

A nota dominical, portanto, surge como mais um capítulo da guerra declarada pelo cacique do centrão ao Planalto. De um lado, Lula reafirma a prerrogativa constitucional de indicar livremente ministros do STF. Do outro, Alcolumbre reage com o discurso da “independência dos Poderes” exatamente quando se vê impedido de transformar a cadeira no Supremo num balcão de negociações pessoais.

 

Até o fechamento desta reportagem, o governo não havia se manifestado sobre a nova investida do presidente do Senado. O silêncio, por enquanto, fala mais alto que qualquer nota oficial (MSN, Revista Fórum, 30/11/25)