Em vídeo, presidente sub judice distorce dados oficiais do agro brasileiro
Foto Divulgação
“Tirso Meirelles presidente (sub judice sic...) no Sistema Faesp/Senar-SP, que se apresenta no Linkedin como “economista, administrador de empresas, pós-graduado em Administração de Empresas e em Políticas Públicas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)”, acaba de publicar nas redes sociais vídeo onde adula o prefeito de São José do Rio Preto (Cel. Fábio Rogério Candido) e a secretária da Agricultura e Abastecimento da cidade (Carina Ayres), pelo “retumbante sucesso da 62ª Expo Rio Preto”.
Com sua eleição de dezembro de 2023 anulada por fraude e irregularidades e sua auto posse impedida em 14 de abril de 2024 no Theatro Municipal de São Paulo pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, Tirso Meirelles usa e abusa de dados econômicos inconsistentes que denotam um misto de falta de conhecimento e irresponsabilidade.
As informações usadas no vídeo contrastam com dados oficiais da Confederação Nacional da Agricultura – CNA e do Cepea/Esalq/USP e repetem a desinformação que marcam a maioria dos “pronunciamentos” de Tirso Meirelles que tenta suceder ao pai Fábio de Salles Meirelles que durante 48 anos comandou a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar-SP.
Informações e dados que não correspondem à verdade
1) Logo no início do vídeo, Tirso Meirelles declara que “o Brasil é o maior exportador do agro mundial”. Dados oficiais do governo brasileiro confirmam que “o maior exportador mundial do agro são os Estados Unidos, com uma participação de 8,7% no comércio global em 2023, e se destaca em exportações de soja, carne, milho e frutas. Um grande player no mercado mundial, o Brasil é o segundo maior exportador de produtos agropecuários, com uma quota de 7,7% em 2023, impulsionado pelas exportações de soja”;
2) Ele também sustenta que a área de produção do agro saltou de 34 milhões de hectares para 80 milhões de hectares. Dados oficiais revelam que “em 1985, a agropecuária ocupava 187,3 milhões de hectares e em 2022, 282,5 milhões de hectares, aumento de 95,1 milhões de hectares”;
3) Ele afirma que o agro teve nos últimos anos aumento de 500% de produtividade enquanto os números oficiais apontam “405% entre 1975 e 2020”;
4) Na questão climática ele também chuta alto e erra feio, ao afirmar que o Brasil preserva 66% das suas matas. Os dados do governo brasileiro mostram que “66% do território brasileiro não é de mata nativa preservada; essa porcentagem representa a cobertura de vegetação nativa, que inclui áreas degradadas ou em regeneração, além de matas protegidas por lei ou em propriedades privadas. A conservação efetiva é menor, com um desafio significativo de como gerir e proteger a vasta área de vegetação, que ainda assim é um dos maiores patrimônios de biodiversidade do mundo;
5) Tirso Meirelles garante que os agricultores preservam 30% destes 66% da vegetação nativa. Segundo o governo “não é possível confirmar o dado de que agricultores preservam 30% dos 66% das matas nativas, mas os dados do Brasil indicam que o país tem 66,3% de vegetação nativa e a pesquisa da Agro Agenda aponta que cerca de 50% dessa vegetação está dentro de propriedades rurais privadas”;
6) Ele estima que o PIB do agro brasileiro chega a US$ 1 trilhão o que equivale a cerca de R$ 5,31 trilhões. Dados oficiais indicam que o ramo agrícola atinge o PIB de R$ 2,57 trilhões e o da pecuária R$ 1,22 trilhão, totalizando R$ 3,79 trilhões;
7) Ele também afirma que “a matriz energética brasileira tem 51% de energia renovável enquanto no mundo o percentual é de apenas 13%.” Os números apresentados não batem com os oficiais que apontam que a energia renovável brasileira chega aos 49,1%, enquanto a média mundial de fontes renováveis na matriz energética global foi de aproximadamente 29% em 2022.
Desinformação preocupante
Produtores rurais paulistas que se opõem a gestão e narrativas de Tirso Meirelles, presidente sub judice da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar-SP, demonstram preocupação com a sua desinformação. “Ele não sabe e desconhece os números oficiais. Têm sido brifado por assessores incompetentes e compromete a imagem do nosso setor que não vê nele um gestor à altura do protagonismo do agronegócio paulista e brasileiro”, afirmam.
“Não sabemos se é ou foi produtor rural, desconhece o setor e se mantém no cargo com medidas judiciais de efeito suspensivo. É responsável pela pior gestão que a Faesp já teve ao largo da sua história. Nós o consideramos um intrujo, que usa o cargo sub judice para desviar os recursos arrecadados pelas taxas Senar das duas principais regiões produtoras do Estado de São Paulo – Ribeirão Preto e Araraquara – para custear festas e patrocínios de eventos, inclusive no exterior, que nada tem a ver com o agro paulista”, acrescentam.
Eles se referem ao revanchismo que Tirso Meirelles imprimiu com a conivência dos dirigentes paulistas e nacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, ao retirar a totalidade da transferência dos recursos pagos pelos produtores de cana-de-açúcar e laranja representados pelos sindicatos rurais de Ribeirão Preto e Araraquara para cursos de formação e requalificação profissional (Da Redação, 8/10/25)

