14/11/2025

Exportações agropecuárias para os EUA têm queda de 31,3% com tarifaço

Exportações agropecuárias para os EUA têm queda de 31,3% com tarifaço

Açúcar de cana em bruto praticamente deixou de ser exportado para os Estados Unidos — Foto Canva Creative Commons

 

Impacto na economia dos municípios exportadores foi de US$ 973,1 milhões.

 

As exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos registraram queda de 31,3% no acumulado dos meses de agosto, setembro e outubro, em comparação com o mesmo intervalo de 2024. Isso significou uma redução de US$ 973,1 milhões na economia dos municípios exportadores, informou a Confederação Nacional de Municípios (CNM).

 

A entidade associou esse desempenho ao período de aplicação das sobretaxas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Entre os setores mais afetados estão a cana-de-açúcar, produtos florestais, carne bovina e cafeicultura.

 

açúcar de cana em bruto praticamente deixou de ser exportado para os Estados Unidos. Nos três meses, o Brasil embarcou 231 milhões de toneladas a menos, resultando em perda econômica de US$ 111,3 milhões.

 

carne bovina in natura acentuou as perdas em outubro, passando a ser o setor mais impactado com o tarifaço, chegando a uma redução total de US$ 169,6 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

Na produção florestal, a exportação de celulose para os Estados Unidos teve redução em outubro de US$ 68 milhões, ampliando as perdas no período para US$ 137 milhões. A venda de papel teve uma queda de US$ 36,7 milhões.

 

Já os embarques de café verde para os EUA tiveram uma redução de US$ 71 milhões para a economia dos municípios.

A CNM informou que, entre os municípios mais afetados estão Imperatriz (MA), com queda de US$ 50 milhões, e Santa Cruz do Sul (RS), com uma perda de US$ 44 milhões.

 

Outros municípios com queda significativa nas exportações foram Três Lagoas (MS), com redução de US$ 42 milhões; Campo Grande (US$ 36 milhões) e Ituiutaba, em Minas Gerais (US$ 34 milhões).

 

“Os municípios têm atuado para apoiar os produtores na busca por novos mercados. Para esses gestores, a principal preocupação está relacionada às possíveis perdas de empregos e à redução da arrecadação municipal”, afirmou em nota o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

 

Embarques de celulose em alta

 

O Rio Grande do Sul registrou um desempenho singular de exportações agropecuárias para os Estados Unidos em outubro. Os embarques cresceram no total, por conta do início dos embarques de celulose. Excluindo esse impacto, as vendas externas para o país tiveram quedas de até 100%, dependendo do produto.

 

As exportações agropecuárias do Rio Grande do Sul para os Estados Unidos em outubro cresceram 158% em volume, para 72,2 mil toneladas, e 17% em valor, para US$ 41,9 milhões, de acordo com relatório da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

 

O Estado não exportou celulose em outubro de 2024, por isso, a exportação de US$ 9 milhões e 27,6 mil toneladas teve um impacto muito forte nos números gerais, informou a Farsul.

 

Os maiores impactos foram registrados nos grupos de carne bovina in natura, com queda de 100%; couros e peles de bovino crust com queda de 95% em valor e 94% em volume; couros e peles de bovinos preparados com queda de 41% no valor e de 29% no volume; fumo e seus produtos, com queda de 20% no valor; pescados com queda de 55% em valor e 52% em volume; madeira serrada com queda de 36% no valor e 22% no volume.

 

Considerando o período de agosto a outubro, em que vigoram as sobretaxas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, as exportações gaúchas para o país recuaram 32,4% em valor, para US$ 124,9 milhões, e 17,6% em volume, atingindo 96,2 mil toneladas (Globo Rural, 13/11/25)