07/01/2020

FCStone reduz 1ª safra de milho por clima no RS; eleva previsão para soja

FCStone reduz 1ª safra de milho por clima no RS; eleva previsão para soja

Legenda: Plantios de soja (à esquerda) e milho em Cruz Alta, Rio Grande do Sul 

A primeira safra de milho do Brasil 2019/20 será 3,4% menor que o esperado, atingindo 25,75 milhões de toneladas, após o tempo quente e chuvas irregulares afetarem a produção no Rio Grande do Sul, estimou nesta segunda-feira a consultoria e corretora INTL FCStone.

A safra de milho do Rio Grande do Sul agora está estimada em 4,8 milhões de toneladas, queda de 20% ante a previsão anterior, disse a FCStone.

O problema no Rio Grande do Sul, o primeiro Estado a colher milho no Brasil, vem em um momento em que o país enfrenta, neste início de ano, um aperto da oferta após exportações recordes do cereal em 2019, além de um forte consumo interno da indústria de carnes.

A analista Ana Luiza Lodi, da FCStone, disse que a situação é preocupante, “uma vez que vivenciamos um momento de consumo aquecido e preços elevados desta commodity”.

“A região Sul concentra a maior parte da produção de aves e suínos. Existe, nesta e em outras regiões, um alerta em relação à possibilidade de faltar milho ou de este produto agrícola ficar muito caro”, comentou ela, lembrando que a demanda em 2019 foi muito grande e a maior parte do milho entra no mercado somente no segundo semestre do ano, com a segunda safra.

Os preços do cereal estão sustentados e uma oferta menor deve contribuir para esse cenário de preços altos, principalmente até se ter uma ideia mais concreta dos resultados da segunda safra, acrescentou a analista.

A Reuters havia informado na semana passada que as condições climáticas resultaram em problemas para a safra de milho gaúcha, conforme disse o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri.

Com relação à segunda safra, plantada após a colheita da soja, a FCStone fez um ligeiro corte na expectativa, com a previsão passando de 72,1 milhões de toneladas para 71,97 milhões de toneladas.

A consultoria afirmou que “o recuo foi condicionado pela revisão de área em alguns Estados, que apesar de pequena, levou o número do Brasil como um todo a ficar em 13,14 milhões de hectares, nível que ainda configura um recorde”.

SOJA

A FCStone ainda elevou a previsão da safra de soja do Brasil 2019/20 para um recorde de 121,76 milhões de toneladas, ante 121,6 milhões de toneladas na estimativa anterior.

“Este novo número foi condicionado pela revisão da área plantada no Mato Grosso, que aumentou a área brasileira, alcançando 36,62 milhões de hectares”, disse.

De acordo com Ana Luiza Lodi, em relação à produtividade média para o Brasil, houve estabilidade em 3,33 toneladas por hectare.

“Esse cenário se manteve, apesar de pequenos ajustes para baixo em estados como Maranhão, Tocantins e Piauí.” (Reuters, 6/1/20)