03/12/2025

O gás da ilusão e a bomba relógio de 2026 – Por Paula Sousa

O gás da ilusão e a bomba relógio de 2026 – Por Paula Sousa

Imagem Reprodução Blog MBL

 

O presidente Lula está em uma maré de azar. As pesquisas mais recentes, como a da Atlas Intel de novembro de 2025, trazem uma série de péssimas notícias para o atual mandatário da República do Bananil: a desaprovação voltou a superar a aprovação (mesmo no limite do empate técnico, a tendência é de queda), e ele já enfrenta candidatos que o derrotariam com muita facilidade no segundo turno, como Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Além disso, o foco das preocupações da população se consolidou em áreas onde seu governo é mal avaliado: segurança pública, criminalidade e corrupção.

 

Diante de um cenário eleitoral em forte deterioração para 2026, onde o eleitorado mais jovem (Geração Z e Millennials) se inclina fortemente para a direita, e onde o grosso da população desaprova a performance do seu governo em temas cruciais, qual é a resposta do "mago" de Garanhuns? A mesma de sempre, só que com uma atualização esperta e cínica: mais populismo, mas agora embalado para a compra de votos com requintes de crueldade.

 

A inflação: O imposto mais cruel para o pobre

 

O populismo de Lula se baseia na velha cartilha de distribuir "benefícios" gratuitos à população. Em teoria, isso parece ser um ato de generosidade por parte do governo. Na prática, é uma situação lamentável, pois não há almoço grátis.

 

Todo benefício concedido pelo governo é pago pela sociedade, seja por meio de impostos diretos ou, o que é pior e mais nefasto, pela inflação. A inflação é o imposto mais cruel que existe, pois atinge de maneira desproporcional e violenta as pessoas mais pobres.

 

O rico tem como proteger seu patrimônio e renda, investindo seu dinheiro para que não desvalorize tão rápido. Por outro lado, o pobre recebe o dinheiro e precisa gastá-lo de imediato em itens básicos, como alimentação. Ele perde muito mais com o aumento de preços, ou seja, com a inflação gerada pelo descontrole fiscal e pelo gasto público desenfreado do desgoverno Lula. O populismo, no fim das contas, é uma fraude que acaba por tirar mais dos pobres do que eles oferecem.

 

O gás do povo: Token de voto e ponto de controle

 

Historicamente, o PT utilizou programas sociais como o Bolsa Família para instigar o medo na população: "Se você não votar em nós, o PSDB/Oposição vai cortar tudo!". O problema para Lula é que essa tática perdeu a força.

 

  • Auxílio Brasil: Temer e Bolsonaro não só mantiveram como, no caso de Bolsonaro (com o Auxílio Emergencial), ofereceram valores até maiores em certos momentos. O medo de que os benefícios acabassem com a troca de governo foi para o ralo.

 

A resposta de Lula a essa perda de poder intimidatório é a criação de programas que exigem a presença física e cadastrada do beneficiário. É aqui que entra o novo, cínico e engenhoso programa "Gás do Povo".

 

O programa oferece recargas gratuitas de botijões de gás para famílias de baixa renda. A pessoa não recebe o dinheiro em casa para gastar onde quiser; ela recebe um token no celular e é obrigada a se dirigir a um ponto de revenda cadastrado para fazer a troca do botijão vazio pelo cheio.

E qual é o problema? O governo está cadastrando portais de revenda de gás. A ideia é que esses pontos de troca estejam nas mãos de aliados políticos ou de cabos eleitorais do governo. Dessa forma, a compra de votos é feita de maneira direta e ameaçadora:

 

"Vota no Lula, senão o seu botijão não será recarregado. Se a direita ganhar, esse benefício acaba e você volta a cozinhar com lenha."

 

É um mecanismo de chantagem eleitoral que usa a necessidade básica (o gás de cozinha, que é caro para o pobre) como moeda de troca. O "Gás do Povo" não é um benefício, é uma coleira eleitoral, um sistema de vigilância e pressão que tenta resgatar o medo perdido.

 

O desespero das urnas e o populismo de resgate

 

O uso exagerado do populismo é a cortina de fumaça de Lula para tentar esconder os números catastróficos das pesquisas, especialmente mirando a reeleição em 2026.

 

Recusa em Massa

 

A pesquisa Atlas Intel é um banho de água fria no otimismo do governo, revelando que a desaprovação do Lula já supera a aprovação.

 

  • Avaliação do Governo: O governo como um todo está mais desaprovado do que aprovado, e essa desaprovação está fora da margem de erro.

 

  • Comparação com Bolsonaro: Quando comparado ao governo anterior, o eleitorado considera o governo Bolsonaro melhor em áreas vitais, como segurança pública, responsabilidade fiscal/controle de gastos e impostos/carga fiscal. As únicas áreas onde Lula supera Bolsonaro são direitos humanos/igualdade racial, relações internacionais, moradia, turismo e cultura.

 

O problema para o atual presidente é que o eleitor brasileiro não está colocando "relações internacionais" ou "cultura e eventos" no topo da sua lista de prioridades. O que realmente tira o sono do brasileiro é: criminalidade/tráfico de drogas, economia, segurança pública e corrupção. Exatamente os pontos onde a gestão de Lula é considerada pior.

 

Afinal, o brasileiro não come diplomacia fracassada nem peça de teatro estatal, não é mesmo?

 

Ameaças Reais para 2026

 

O cenário de segundo turno é ainda mais aterrorizante para o atual ocupante do Palácio do Alvorada . A pesquisa mostra que ele está em empate técnico com os principais nomes da direita: Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

 

O empate técnico a um ano e pouco das eleições, com uma rejeição muito maior do que a de seus concorrentes, é a receita certa para a derrota.

 

O populismo do "Gás do Povo" é uma tentativa desesperada de reverter a desconfiança do eleitor, que, de acordo com a pesquisa, está pessimista com a economia. Os brasileiros temem os gastos descontrolados do governo e a instabilidade fiscal. Essa falta de confiança se reflete na rejeição a medidas como a tentativa de fiscalização de transações com o Pix e o aumento do IOF (imposto que Lula tentou, sem sucesso, vender como imposto de rico).

 

A verdade, agora descentralizada e sem o monopólio da rede Globo, é a pior inimiga do Lula, expondo a farsa sustentada por mídia cúmplice e artistas mercenários financiados pelo dinheiro suado do trabalhador.

 

O desastre demográfico: O eleitorado jovem virou à direita

 

O golpe final e mais cruel contra a estratégia populista de Lula está na demografia. O futuro já deu as costas para o lulismo e a esquerda brasileira.

A pesquisa Atlas revela que a esquerda está, literalmente, morrendo.

 

  • Geração Z (16-25 anos): 52% se declaram de direita e apenas 31% de esquerda.
  • Millennials (26-40 anos): 51% se declaram de direita e cerca de 30% de esquerda.

 

O público de Lula é majoritariamente composto pela Geração X (45-59 anos), com 52% de esquerda, e os Baby Boomers (60-100 anos), com 57% de esquerda. Enquanto os mais velhos "já estão com o pé na cova", quem está crescendo e definindo o futuro político é o eleitorado jovem, que se consolidou como fortemente de direita.

 

O populismo de "dar coisas" é um truque velho, uma narrativa de "elite aristocrática socialista" que usa o dinheiro dos mais pobres (via inflação) para comprar o voto dos mais ignorantes, enquanto a população produtiva e o futuro do País já viraram a página.

 

Em um momento de sincericídio, o descondenado Lula confessou: "Se o povo estudar mais e ganhar um pouco mais, não vota mais na gente". O plano é exatamente este: manter a ignorância e a dependência.

 

Os programas como o Gás do Povo são a última cartada para forçar o voto em 2026, mas se o cenário econômico não for revertido e se a segurança pública continuar a se deteriorar, toda a ilusão populista de Lula e de seus "tokens de voto" se esvairá como o gás de um botijão furado. A contagem regressiva para o fracasso eleitoral já começou. (Paula Sousa é historiadora, professora e articulista; 3/12/2025)