03/03/2023

O PIB do Agro deve crescer de 7% a 8% em 2023 com safra recorde de soja

O PIB do Agro deve crescer de 7% a 8% em 2023 com safra recorde de soja

PIB agropecuário Imagem Portal do Agronegócio.jpg

O sócio-diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Hausknecht, trabalha com perspectiva de recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária em 2023, sustentado por uma safra recorde de soja no ciclo 2022/23. Em 2022, o PIB do setor caiu 1,7% ante 2021, segundo dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A MB Agro estima avanço de 7% a 8% neste ano do PIB agro.

"O que vai puxar o PIB da Agropecuária em 2023 é que devemos colher uma safra recorde de soja, apesar dos problemas no Rio Grande do Sul; temos visto produtividades muito boas no resto do País", afirmou Hausknecht ao Broadcast Agro. "A grande dúvida é em relação à segunda safra de milho, que está sendo plantada agora. No ano passado (a segunda safra de milho) foi muito bem, mas agora há problemas como atraso no plantio e outras questões", ponderou.

A queda do PIB da Agropecuária em 2022 era esperada e ficou em linha com o cenário traçado pela MB Agro, de recuo de 1% a 2%, segundo o sócio-diretor da MB Agro. A safra de soja, "maior contribuinte do PIB da Agropecuária", quebrou no ano passado, o que afetou o indicador no começo de 2022, explicou ele. "A expansão em outros produtos, como milho, não foi suficiente para compensar as perdas registradas com a soja."

Para o primeiro trimestre de 2023, a expectativa é inversa, de "aumento significativo" do PIB do setor, justamente pela previsão de colher uma produção de soja maior. A oleaginosa também deve sustentar uma alta do PIB do agro no segundo trimestre, conforme o executivo. "Ela tem muito peso no primeiro e no segundo trimestres e, como vai crescer muito a safra, vai ter efeito no PIB", reforçou.

Com relação à demanda por produtos agropecuários, Hausknecht considera que a demanda doméstica tende a ficar estável, em linha com a visão de parte do mercado, para 2023, de desaceleração da atividade econômica no País.

 

Exceções poderão ser observadas no caso dos biocombustíveis, cujo consumo interno pode aumentar se o porcentual do biodiesel (à base de óleo de soja) no diesel for elevado e com mudanças na tributação dos combustíveis, que devem favorecer o etanol.

 

Já as exportações de produtos agrícolas devem continuar crescendo, segundo ele (Broadcast, 2/3/23)