04/04/2019

População ocupada no agronegócio cresce no Centro-Oeste

População ocupada no agronegócio cresce no Centro-Oeste

Legenda: Funcionários em unidade da BRF em Rio Verde (GO)

 

De 2012 a 2018, evolução foi de 11%, mas recuou 7% na média do país, afirma Cepea.

O Centro-Oeste anda na contramão do Brasil, quando se trata de geração de emprego no agronegócio. De 2012 a 2018, a população ocupada nesse setor no Brasil caiu 7%. No Centro-Oeste, subiu 11,2%.

Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que levou em consideração quatro setores: insumos para agropecuária, produção agropecuária básica, agroindústria e agrosserviços.

Oportunidades de emprego nos centros urbanos, concentração da produção e dificuldades dos produtores nos pequenos estabelecimentos rurais frearam as vagas no campo em muitas regiões do país.

Já no Centro Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás —o Distrito Federal não está incluído), a evolução da pecuária e a consequente cadeia processadora de proteína animal foram decisivas para o aumento da população ocupada na região.

No ano passado, os postos de trabalho no agronegócio do Brasil somavam 18,2 milhões. Na região Centro-Oeste, 1,7 milhão.

A pesquisa do Cepea mostrou que 43,2% da evolução dos 11,2% da população ocupada no Centro-Oeste, de 2012 a 2018, ocorreu devido à criação de animais.

A agroindústria de base animal teve participação de 19,3%, e o setor de serviços foi responsável por 32,8%.

Mato Grosso do Sul liderou, com crescimento de 15,4%, seguido de Mato Grosso (mais 14,8%) e de Goiás (mais 6,6%).

O aumento da população ocupada teve reflexos sobre a renda dos trabalhadores e sobre o dinamismo das economias locais. Em 2018, 27,5% dos postos de trabalhos formais e informais do Centro-Oeste estavam relacionados ao agronegócio. A média do Brasil era de 19,9%.

Esse crescimento da população ocupada teve bases diferentes nos três estados analisados. Em Mato Grosso, predominou o agrosserviço; em Mato Grosso do Sul, o segmento primário, e, em Goiás, a agroindústria.

Pela importância que tem na região, o agronegócio gerou R$ 3,65 bilhões em salários, 27,7% do total de toda a região salarial dos três estados.

A pesquisa do Cepea mostrou, ainda, que o salário recebido pelos trabalhadores do agronegócio teve evolução média real de 5,4% de 2012 a 2018. Nos demais setores, o crescimento foi de apenas 1,8%.

O aumento do salário médio real no agronegócio se deve à mecanização e à adoção de processos produtivos modernos no campo, o que tem exigido mão de obra mais bem qualificada e remunerada (Folha de S.Paulo, 4/4/19)