Senado fala em "impeachment simbólico" de Messias e sabatina só em 2026
O advogado-geral da União, Jorge Messias. Foto Emanuelle Sena Ascom AGU
Por Caio Junqueira
Ideia é que neste período amadureça uma maioria consistente contrária na Casa a sua indicação.
Integrantes da cúpula do Senado relataram à CNN Brasil que está sendo articulado um "impeachment simbólico" do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Trata-se de uma alusão às dezenas de pedidos de impeachment de ministros do STF protocolados no Senado, mas nunca analisados. Messias seria, nesse sentido, o primeiro a ser impedido de ocupar um cargo na corte antes mesmo de ter seu nome aprovado.
A ideia também é que a sabatina de Messias só ocorra em 2026, período que os senadores consideram suficiente para que amadureça na Casa uma maioria consistente contrária a sua indicação.
Um senador próximo ao Palácio do Planalto admitiu que a situação de Messias é difícil justamente porque foi a primeira vez em que havia uma candidatura de um ex-presidente do Senado, o parlamentar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), querido pelos pares e pelos ministros do STF.
Também há a leitura de que embora a prerrogativa da nomeação seja do presidente da República, a Constituição estabelece uma participação relevante do Senado, que precisa sabatinas e aprovar o nome.
Nesta segunda-feira (24), o presidente do senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que a sabatina de Messias ocorrerá no "momento oportuno".
Segundo Alcolumbre, "cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições, preservando o equilíbrio institucional e o respeito aos ritos constitucionais".
A principal medida de que Messias não tem os votos suficientes é que o mais recente pedido de impeachmnet de um ministro do STF conseguiu coletar 41 assinaturas. Acredita-se que pelo menos esses 41 votarão contra Messias (CNN Brasil, 24/11/25)
Alcolumbre diz que sabatina de Messias será realizada no "momento oportuno"

Clima de ruptura aumenta e Alcolumbre segue recusando ligações do governo. Imagem Reprodução CNN Brasil
Por Tainá Falcão
Em nota, presidente do Senado disse que "cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições"
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou, em nota divulgada nesta segunda-feira (24), que a sabatina de Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal) ocorrerá no "momento oportuno".
Segundo Alcolumbre, "cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições, preservando o equilíbrio institucional e o respeito aos ritos constitucionais".
A manifestação do presidente do Senado ocorre horas após Messias divulgar um comunicado pregando o diálogo com o Senado.
Para assumir o cargo de ministro do STF, o indicado ainda precisa ser sabatinado e aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal, que pode barrar a nomeação.
Alcolumbre era a favor da indicação do nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga na Suprema Corte. Ele chegou a se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para defender o ex-presidente do Senado no STF.
Sabatina
Antes da votação em plenário, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) realiza uma sabatina para avaliar se o candidato tem qualificação e conduta adequadas para o cargo.
Durante a sabatina, Jorge Messias será questionado sobre diversos assuntos em diferentes áreas, sem limitação temática, podendo tratar de assuntos políticos até questionamentos pessoais.
Após o interrogatório, a CCJ emite um parecer recomendando ou não a aprovação. O processo segue então para votação no plenário, onde o indicado precisa conquistar pelo menos 41 dos 81 votos dos senadores — maioria absoluta
.
Veja íntegra da nota de Alcolumbre:
“O Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, toma conhecimento, com respeito institucional, da manifestação pública do indicado ao Supremo Tribunal Federal.
Reafirma que o Senado Federal cumprirá, com absoluta normalidade, a prerrogativa que lhe confere a Constituição: conduzir a sabatina, analisar e deliberar sobre a indicação feita pelo Presidente da República.
Cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições, preservando o equilíbrio institucional e o respeito aos ritos constitucionais.
E o Senado assim o fará, no momento oportuno, de maneira que cada senador e cada senadora possa apreciar devidamente a indicação e manifestar livremente seu voto.
Assessoria de Imprensa
Presidência do Senado Federal” (CNN Brasil, 24/11/25)

