16/12/2025

Tarcísio: SP é exemplo de relação entre Poderes e lança Piai à Câmara

Tarcísio: SP é exemplo de relação entre Poderes e lança Piai à Câmara

Foto Reprodução Blog BN News

 

Comentário foi feito três dias após Tarcísio afirmar, diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o Brasil vive uma ‘polarização acirrada’ e que ‘precisa virar essa chave’.

 

O governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos), criticou o governo federal e afirmou que sua gestão junto aos demais Poderes no Estado é um “exemplo” para o País. Durante evento de anúncios de regularização fundiária no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira, 15, Tarcísio lançou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, à Câmara dos Deputados.

 

“A gente dá um exemplo para o Brasil, porque aqui o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário trabalham juntos. Não brigam, não têm disputa, não têm nada disso”, disse Tarcísio. “Pelo contrário: está todo mundo olhando para o interesse do cidadão. Então, a gente dá um exemplo do que é institucionalidade.”

 

O comentário foi feito três dias após Tarcísio afirmar, diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na primeira fila, que o Brasil vive uma “polarização acirrada” e que “precisa virar essa chave”.

 

Recentemente, houve uma série de conflitos em nível federal entre os Poderes. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu uma resposta à decisão da Câmara dos Deputados de manter o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), determinando a perda imediata do mandato. Pouco tempo atrás, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), romperam com o governo Lula após críticas da base e desavenças a respeito da escolha da indicação do nome do novo ministro do STF.

 

O governador afirmou que foi preciso enfrentar “debates estruturais”, como o financiamento de políticas públicas, a desvinculação de receitas e a reforma administrativa, temas que, segundo ele, mais cedo ou mais tarde também terão de ser enfrentados pelo governo federal e pelo Congresso, em Brasília.

 

Tarcísio também aproveitou o momento para exaltar o agronegócio em meio às críticas ao governo federal. “Eles têm que lidar com juro alto porque, quando o governo gasta mais, o juro sobe. Eles têm que lidar com a falta de planejamento, porque, a essa altura do campeonato, o Brasil ainda não tem uma lógica, uma métrica clara de plano de trabalho”, disse o governador, num questionamento sobre a necessidade de se debater o Plano Safra todos os anos.

 

 

O chefe do Executivo paulista também saudou o futuro secretário da Agricultura e Abastecimento e ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no governo Jair Bolsonaro (PL), Geraldo Melo Filho. Nesta segunda, ocorreu o último evento de Guilherme Piai como titular. Pré-candidato a deputado federal pelo Republicanos, partido de Tarcísio, Piai homenageou Bolsonaro em sua fala.

 

Conforme antecipou o EstadãoPiai consultou a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (Republicanos-PR), antes de sugerir o nome de seu sucessor na pasta.

 

Guilherme Piai consultou Tereza Cristina e Lupion antes de sugerir sucessor a Tarcísio. Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

 

“Se hoje eu estive secretário de Agricultura, foi porque lá atrás o presidente Bolsonaro acreditou no projeto do Tarcísio Gomes de Freitas, que hoje é a maior revelação da política brasileira”, disse Piai. “Isso que o presidente enfrenta, de tanta perseguição, de tanta injustiça. Quero dizer algo do fundo do meu coração: eu e meu pai oramos todos os dias por dias melhores para o senhor presidente e para a sua família.”

 

Ele não é o único a deixar o secretariado de Tarcísio com vistas às eleições. O deputado federal Guilherme Derrite (PP) deixou a pasta de Segurança Pública. Já os secretários de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab; de Casa Civil, Arthur Lima; e Esportes, coronel Helena Reis, também devem deixar a gestão (Estadão, 16/12/25)