30/07/2025

Tarifa zero para itens não produzidos nos EUA não seria automática

Tarifa zero para itens não produzidos nos EUA não seria automática

Donald Trump anuncia tarifas para exportação no jardim da Casa Branca - Carlos Barria/Reuters

 

Decisão sobre isenções dependerá de Trump e considerará relações bilaterais, dizem negociadores.

 

A eventual isenção tarifária para produtos que não são produzidos internamente pelos EUA não seria automática para todos os países e dependeria também das negociações bilaterais, segundo fontes ouvidas pelo Café na Prensa.

 

Nesta terça (29), o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que itens não cultivados nos EUA podem receber uma tarifa zero. Na ocasião, ele mencionou especificamente manga, cacau, café e abacaxi.

 

"Os Estados Unidos não produzem esses produtos. Então, poderiam entrar com tarifa zero", afirmou em entrevista à emissora de televisão CNBC Internacional.

 

Fontes do setor cafeeiro, no entanto, dizem que a declaração é importante, mas que é preciso cautela, pois a decisão final será do presidente Donald Trump e levaria em consideração as relações com cada país. No caso do Brasil, por haver uma questão política por trás da comercial, a situação é mais delicada, dizem.

Na carta em que anunciou a taxa de 50% sobre as importações brasileiras, Trump expressou seu descontentamento com o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

A informação de que a decisão de Trump levará em conta a relação com cada país foi compartilhada com a reportagem por uma fonte ligada ao setor industrial dos EUA e por outra que acompanha as negociações do lado dos exportadores de café do Brasil. Ambas afirmaram, contudo, que o desfecho é imprevisível.

 

Segundo Lutnick, Trump tomará suas decisões sobre os acordos comerciais nesta semana.

 

coluna Vaivém das Commodities, de Mauro Zafalon, já havia antecipado que, segundo analistas do agronegócio, o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) elaborou uma lista de produtos os quais o país não consegue produzir localmente e que pesam na alimentação americana (Folha, 30/7/25)